quarta-feira, 22 de setembro de 2010


5:01. Pausa dos estudos. Escrevo ao som de "Crosstown traffic" do Jimi Hendrix. Rock n' roll de primeira! Bom para desestressar!

Será que é assim mesmo? A todo instante flashes (flashs?) dos dois invadem o meu pensamento e isso é uma droga! Sinto dor nas costas... Eu era uma viciada, é verdade? Viciada nele, ele era a minha droga. E há 4 anos que me encontro em constante reabilitação. Curioso é que não quero tomar mais, não preciso, mas a falta me causa peso. Talvez não seja a falta dele, mas saber que ele está namorando e... eu não. Ele não pensa mais em mim e duvido muito que mencionará o meu nome. E eu to aqui pensando em tudo como uma idiota...
Hoje está sendo pesado. O dia está lindo, eu queria ter ido à praia para dar uma volta, mas os estudos me chamaram com mais força.
Como eu quero esquecer tudo! TUDO! Queria que existisse aquele procedimento ao qual o personagem do Jim Carrey se submeteu no filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças"...

No dia 13 de novembro de 2006 algumas coisas aconteceram. E, é claro, a música não parava. Ouvimos de tudo. Eis a letra de High and Dry do Radiohead. 
Right now, i feel totally dry... Na verdade, nem tanto... As minhas emoções estão bem oscilantes. 

Two jumps in a week
I bet you think that's pretty clever don't you boy?
Flying on your motorcycle,
Watching all the ground beneath you drop
You'd kill yourself for recognition,
Kill yourself to never ever stop
You broke another mirror,
You're turning into something you are not
Don't leave me high, don't leave me dry
Don't leave me high, don't leave me dry
Drying up in conversation,
You will be the one who cannot talk
All your insides fall to pieces,
You just sit there wishing you could still make love
They're the ones who'll hate you
When you think you've got the world all sussed out
They're the ones who'll spit at you,
You will be the one screaming out
Don't leave me high, don't leave me dry
Don't leave me high, don't leave me dry
It's the best thing that you ever had,
The best thing that you ever, ever had
It's the best thing that you ever had,
The best thing you ever had has gone away 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Tento não pensar neles. Ele com a menina. Ele segurando a mão dela, o que me faz lembrar que ele só segurou a minha mão uma única vez. Eles vendo um filme, ouvindo música, bebendo, fumando, se é que ela fuma. Tento não pensar que ela tá na garupa da moto, cabelos ao vento, segurando ele pela cintura. Ela sente o cheiro dele. Não lembro se ele usava perfume, ou melhor, não usava com frequencia, mas ele tinha um cheiro só dele. Todos nós temos um cheiro só nosso, mas o cheiro dele era... Cheiro de saudade? Maldita saudade! Não, acho que não, acho que era um cheiro de algo confortável, que fazia com que eu me sentisse bem. Um cheiro quase nostálgico.
Hoje eu balancei a cabeça para não pensar. Afundei-me nos livros, estudei, afinal, eu sou a pessoa mais importante para mim.
Agora, noite, tão quentinha, sinto paz.

O texto abaixo foi escrito em algum dia do final de 2006 ou durante o ano de 2007.


Sabe qual é a minha vontade? Apagar todos esses meses e começar tudo de novo. Foi tudo chato e pesado. Não adianta, o peso faz parte dos meses, desse tempo, da angústia que te esmaga, que me dilacera e encontra o caos dentro de nós. É um peso tão profundo que a gente prefere esquecer, e assim age porque a jornada para tirá-lo das trevas é dolorosa e quando chega ao ponto em que a ferida está aberta, outro baque: temos que tocar na ferida e dói ainda mais. Então a gente vira a página. Bem, nem sempre. A página em que me encontro já está toda amarelada de tanto que a mexo dentro de mim.
Eu quero e não quero dizer, por isso digo: aquele dia me marcou (e não pesa, até alivia, lembra que chovia? E quando chove eu me sinto melhor, eu sou melhor comigo, sou mais doce e meu sono é mais suave, é a palpável paz de Deus), naquele momento do olhar (chega! Não falarei mais nele!) o mundo parou, transcendeu tudo e tudo se encontrou. Foi como um pensamento que acorda e impulsiona. Foi como uma gota que ecoa no silêncio – no meu silêncio. Ecoa até hoje, sinto o seu som até depois da morte, na eternidade ainda contemplarei a imensidão azul, linda e assustadora. Aquilo foi o mais íntimo que chegamos, mais nu – era a nudez da alma. 

sábado, 18 de setembro de 2010

16:52 do dia 18 de setembro de 2010. Sábado chuvoso. Tempo muito bom. E, dessa vez, essa chuva e o tempo frio não estão me fazendo lembrar de nada.
O dia ontem foi muito estranho. Há tempos não sentia a tristeza que me pegou ontem. Fiquei muito triste o dia todo, queria chorar muito, me fechar num canto e ficar sozinha. Engraçado é que não era por causa dele. Ou era, não sei. Não consegui entender o que eu sentia, a não ser reconhecer a tristeza. Eu queria, de algum modo, estar no lugar dela, dessa menina que nem o nome eu sei. A essa hora, 16:55, ele já deve te-la apresentado à família e essa ideia me causou estranheza ontem. Hoje... eu já não sei. Eu imaginei muitas vezes essa situação, nós 4 num restaurante qualquer e os pais dele surpresos pelo fato de ser eu a namorada do filho problemático. Acho que eles me amam de verdade e será que em algum momento eu vou querer fazer parte de uma família tanto quanto eu quis fazer parte da família dele? O meu sentimento de "posse" ia além de querer estar com ele, eu queria os pais dele também. São pessoas maravilhosas! A mãe é um doce, adora conversar, é do tipo que se importa muito com as pessoas, me trata muito bem e o pai é um coroa que curte um rock e adora me mostrar os vídeos que ele pega no youtube. Gosto demais de ouvir as histórias deles, de como se conheceram e tal... E, às 16:58 desse sábado chuvoso, estão todos em Teresópolis, cidade onde o rapaz mora e, talvez, a garota também. Não sei de muita coisa. A irmã dele me informou o mínimo.
Não estou triste. Na verdade, estou tranquila, coração tranquilo, isso é importante, não é?
Acho que é o momento de recomeçar mesmo. Se Deus fala, como eu acredito que faz, então a palavra de ordem é recomeço. Não ter medo de voltar ao início, de me sentir sozinha, sabendo que ele, o cara, já não me ligará mais e não subirei mais a serra por causa dele. É uma coisa muito boa. O ciclo maldito acabou. Sim, maldito. Em nada fui beneficiada. Nada.
Eu to tentando entender o que eu sinto. Não é mais amor, se é que um dia foi, não é ódio e acho que também não é indiferença. Não pensar nele, depois de saber que ele está namorando, foi natural. Não doeu, não me forcei a não pensar, apenas não penso.